Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. (Levítico 19,2)

Vivemos em uma sociedade em que se
prega que a santidade é algo impossível. Aonde devemos viver conforme a nossa
vontade, porque o que importa é ser feliz, não importando os limites da vida,
pois a vida não tem limites. Muitas vezes vivendo assim, não se percebe que
passamos por cima de tudo e de todos, inclusive Deus, e vivemos uma vida
superficial aonde Deus é a última coisa da nossa vida (sendo otimista). Quando
aparecem pessoas que vivem uma santa correta e voltada para o Evangelho, muitas
pessoas a chamam de louca, de doente, fanático, ou até mesmo de “extremista
religioso”. Mas o problema é que as pessoas que vivem no mundo muitas vezes não
sabem distinguir o que é fanatismo, e o que é correção moral; eu diria até que
não sabem o que é o amor. Quando estamos em uma vida contrária à vontade de
Deus, e de alguma forma O encontramos e decidimos mudar de vida; passamos por
um processo de conversão moral, aonde vemos que a felicidade não se encontrava
no passageiro em que vivíamos, mas sim na eternidade que é Deus.

Muitos dizem que essa “santidade” é impossível em nossos dias. Pura
hipocrisia do homem que tende a negar a essência de Deus em nós, Seus filhos.
Jesus veio ao mundo a mais de dois mil anos atrás, nos pregou uma doutrina que
foi seguida por toda a história da Igreja. Todos procuravam viver corretamente
(aqueles que creiam). Mas hoje as pessoas dizem que não se pode mais. Por acaso
existe algum outro Deus que os fez com outro mundo? Por acaso o mundo foi
invadido por alienígenas? Por acaso inventaram uma máquina que deu ao homem a
incapacidade de viver feliz plenamente? Essa máquina de fato existe, é o
pecado. Mas a gente pode ou não ser usuário assíduo do mesmo. Durante toda a
história da Igreja os homens foram capazes de lutar contra o pecado, e nas suas
limitações buscar uma santidade próxima de Deus. E porque hoje se diz o
contrário? Queridos irmãos, nós somos iguais aos homens de dois mil anos atrás,
a diferença é que nossa fé é frágil e damos ouvidos para as coisas mundanas e
não para Deus.
Temos uma mentalidade fraca, muitas vezes, de achar que pra ser santo é
necessário ser padre (para os homens, ou de alguma ordem religiosa mesmo sem
ser ordenado) ou freira para as mulheres. Mas meus irmãos, a santidade é para
todos nós. Veja o que São Pedro diz para uma multidão de curiosos após ele ter
ministrado a cura de um coxo junto com São João, no nome de Jesus: Arrependei-vos,
portanto, e convertei-vos, para serem apagados os vossos pecados. (Atos dos
Apóstolos 3,19) – E juntando com uma mentalidade limitada, podemos
dizer que apagados os pecados seremos santos. Vamos voltar a pecar, com
certeza. Mas quando nos arrependemos e nos convertemos nós lutamos para
reduzi-los ao mínimo. Pois ser pecador é uma coisa, e ser escravo do pecado é
outra completamente diferente e deprimível. Nós encontramos o perdão dos
pecados plenamente na Confissão (ou Sacramento da Penitência), aonde nossos
pecados são perdoados e assim renovamos a nossa santidade. E isso não é algo
reservado para os religiosos, mas para todos nós filhos de Deus, filhos da
eterna Verdade. Jovens ou não, somos e devemos ser santos. Sem santidade não
temos Deus, pois se nossa vida é pecaminosa Deus não faz parte dela, porque não
queremos ter Deus. Por mais que nossos lábios digam que cremos em Deus, se nosso
coração e nossa vida (envolvendo nossos atos) não estiverem em plena comunhão
com o Altíssimo, estamos apenas falando palavras sem efeito algum. Pois a
Palavra de Deus já vai nos dizer “Deus é luz, e nele não há treva alguma.
Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não
seguimos a verdade” (1São João 1,5-6)
As pessoas muitas vezes acham que ter uma vida na radicalidade do
Evangelho é uma vida triste. Leia o Evangelho e veja se tem alguém triste.
Olhem para a Virgem Maria, e tentem enxergar alguma tristeza. A Virgem Maria
que é o maior exemplo de santidade e de radicalidade na vontade de Deus. Se ser
santo fosse triste Ela não teria dito Minha alma glorifica ao
Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para
sua pobre serva (conf. Lucas 1,46-48). Maria ainda hoje, para a
glória de Deus, continua sendo exemplo de santidade para o mundo. Pois viver em
Deus é viver uma vida santa. E como disse a Virgem Maria meu
espírito exulta de alegria em Deus! A alegria de ser de Deus é
tremenda, mas apenas aqueles que querem podem sentir essa alegria. Enquanto se
continuar vivendo como se Deus não existisse, o mundo vai beber uma alegria
passageira, que logo terá um fim. Mas nós que aceitamos a condição de FILHOS DE
DEUS EM CRISTO temos uma alegria como a de Maria, que o nosso espírito se
alegra e somos felizes plenamente, porque a plenitude da felicidade se encontra
em Deus.

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